Descoberta arqueológica
Category : Educacional , Informações
Encontrado na Paraíba o mais novo dinossauro brasileiro.
Paleontólogos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirmam ter descoberto uma nova espécie de dinossauro no Brasil.
Resquícios do animal pré-histórico foram encontrados no Vale dos Dinossauros, em Sousa, na Paraíba, por Luiz Carlos Gomes. O morador da região ao avistar o que parecia ser um osso entre as pedras, resolveu tirar uma foto e publicar na internet. Após a imagem ser compartilhada nas redes sociais, um dos paleontólogos da equipe da UFPE, que buscava na internet artigos sobre o sítio de Sousa, a viu e resolveu investigar o fato.
A equipe, liderada por Aline Ghilardi, descobriu que Gomes havia encontrado a fíbula, osso da perna, de um titanossauro. A espécie conhecida por ter tido um pescoço bem longo, viveu naquela região por volta de 136 milhões de anos atrás, tornando ele o mais antigo dinossauro do período Cretáceo a ser identificado no Brasil.
Pequeno dinossauro
A espécie ainda não possui nome oficial, mas os pesquisadores a apelidaram de Sousatitan (“Sousa”, em homenagem à região e “titan”, de titanossauro).
Em comparação aos demais exemplares da sua espécie, que podiam atingir até 20 metros de altura, ele era baixo – tinha 1,60 m de altura até o quadril e 5,70 m de comprimento. Uma análise mostrou que o osso pertencia a um indivíduo jovem, que morreu antes de se desenvolver. Além disso, era herbívoro e alimentava-se da vasta vegetação da época.
Sousatitan foi o primeiro dinossauro da região a ser identificado por meio de uma ossada. Em análises comparativas com o osso, o animal pertencia a uma espécie inédita.
“Anteriormente, apenas pegadas de dinossauro eram conhecidas em Sousa. Por meio delas, é possível reconhecer de forma grosseira quais os grupos de animais responsáveis por produzi-las, embora não se possa ter certeza de sua identidade. Com o osso encontrado, pela primeira vez temos uma evidência direta de uma das espécies de dinossauro que habitaram Sousa no início do Cretáceo. Pensando como um trabalho de detetive, é como se ele tivesse deixado cair o RG”, disse Ghilardi.
Avanço nas pesquisas
Agora os especialistas buscam novas evidências na região para a definição completa do animal e, assim, poderem nomeá-lo oficialmente.
Segundo Ghilardi, pela pouca informação sobre os dinossauros do início do período Cretáceo no Brasil e principalmente daqueles que viviam em Sousa, a descoberta vai auxiliar as pesquisas arqueológicas sobre esses animais e revelar detalhes sobre a porção central de Gondwana (antigo supercontinente que reunia América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia).
Para eles, Sousatitan é mais uma peça da complexa história do desenvolvimento e morte desses animais que habitaram a Terra há 65 milhões de anos.
Vale dos Dinossauros
Na região de Sousa, a 438 km de João Pessoa, sertão da Paraíba, fica o famoso Vale dos Dinossauros que atrai pesquisadores e turistas do mundo inteiro em busca das pegadas desses grandes seres.
O Vale é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criada em 2002, e um dos mais importantes sítios arqueológicos existentes. Lá é onde se registra o maior incidência de pegadas de dinossauros no mundo.
A área, que compreende mais de 1.730 km², abriga trilhas de pegadas e uma grande reserva técnica de fósseis. A sede do monumento é o Sítio Passagem de Pedras, que tem uma extensão delimitada de 40 hectares, em que podem ser encontrados fósseis datados de cerca de 130 milhões de anos atrás.
Fonte: PDA/Rede Pitágoras